
Murilo Galdino admite impasse e possibilidade inédita: coordenação da bancada federal da Paraíba pode ser dividida
Pela primeira vez na história recente da política paraibana, a coordenação da bancada federal no Congresso Nacional pode ser dividida entre dois parlamentares. A informação foi confirmada pelo atual coordenador, deputado Murilo Galdino (Republicanos), durante entrevista ao programa Arapuan Verdade, nesta terça-feira (13), ao comentar o impasse entre os senadores Veneziano Vital do Rêgo (MDB) e o deputado federal Mersinho Lucena (PP), ambos interessados em assumir o posto.
“Estamos em um período de indefinição. Ainda não saiu a ‘fumaça branca’”, declarou Murilo, usando uma metáfora para ilustrar o impasse político. Ele explicou que sua gestão à frente da coordenação da bancada deve se encerrar com a finalização das indicações das emendas coletivas de 2025, mas, enquanto isso não ocorre, a disputa pela sucessão segue sem consenso.
Segundo Murilo, o senador Veneziano chegou a ser o único nome colocado para a função, com o apoio do senador Efraim Filho (União Brasil), o que garantiria os dois terços de assinaturas exigidas no Senado. No entanto, com o surgimento da candidatura de Mersinho Lucena, que conta com a maioria das assinaturas entre os deputados federais, o impasse se formou.
“Criou-se essa situação porque o Veneziano tem os dois terços do Senado, e o Mersinho tem os dois terços da Câmara. Isso já aconteceu em outros estados. Se eles não chegarem a um entendimento, a solução será ter dois coordenadores: um representando o Senado e outro representando a Câmara”, explicou Murilo.
O coordenador relatou que conversou com o presidente do Republicanos na Câmara, deputado Hugo Motta, e que ambos tentam intermediar um entendimento entre os dois postulantes ao cargo. “Falei com os dois, pedi que aproveitassem essa semana sem sessões em Brasília para tentar resolver. Mas, se não houver acordo até a próxima semana, teremos que fazer uma votação formal e seguir com os nomes que já têm assinaturas suficientes”, disse.
Murilo também esclareceu a importância do cargo de coordenador da bancada, função que, além de articular a interlocução entre o governo federal e os parlamentares paraibanos, detém o poder de indicar e acompanhar as emendas de bancada — desde a elaboração até o pagamento final.
“Hoje, por exemplo, a senha da coordenação está comigo. Se algum parlamentar quiser alterar uma emenda de bancada, só quem pode fazer isso sou eu. Essa é a principal função prática do coordenador”, explicou.
Caso não haja consenso, a Paraíba poderá vivenciar algo inédito: dois parlamentares dividindo oficialmente a função de coordenador da bancada federal.
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