Hugo Motta nega acordo com direita paraibana para apoio a Nabor em troca de votação da anistia no Congresso
O presidente da Câmara dos Deputados e do Republicanos na Paraíba, Hugo Motta, negou nesta segunda-feira (3), qualquer tipo de acordo para os representantes da direita paraibana apoiarem à pré-candidatura do seu pai, Nabor Wanderley (Republicanos), ao Senado, em troca de pautar à anistia dos investigados pelos atos de 8 de janeiro no Congresso.
“Eu não uso a minha atribuição de presidente, nem a pauta de projetos, com interesse pessoal ou eleitoral. A minha responsabilidade é para com o país. Esse tema, todos sabem que é um tema muito complexo, é um tema que divide o país. Não será a condição de eleição minha, ou de alguém ligado a mim, ou o interesse pessoal do meu partido, que vai me nortear numa matéria tão importante como essa”, declarou Motta durante entrevista à rádio Correio 98 FM.
O presidente da Câmara considerou inadequado relacionar disputas locais a debates de grande impacto nacional. “Fazer uma mistura desses assuntos, eu penso que não é bom para a Paraíba, não é bom para o Brasil, e não vai ser dessa forma que nós vamos encarar a solução para os problemas do país”, completou.
A fala de Hugo vai de encontro as declarações do presidente do PL na Paraíba, Marcelo Queiroga, que admitiu a possibilidade de declarar apoio a pré-candidatura do prefeito de Patos ao Senado, caso a anistia fosse colocada em pauta por Motta para votação na Câmara e aprovada.
Em tempo
Foi o deputado estadual Walber Virgolino (PL) que afirmou, ainda na semana passada, que o deputado federal Cabo Gilberto Silva (PL) e o ex-ministro da Saúde e pré-candidato ao Senado, Marcelo Queiroga (PL), já teriam firmado um acordo político com o prefeito de Patos, Nabor Wanderley (Republicanos), e o deputado federal Hugo Motta (Republicanos).
Durante entrevista à rádio Correio 98 FM, Virgolino alegou que os aliados estariam tentando construir uma narrativa para justificar o apoio e evitar críticas do eleitorado bolsonarista.
“Cabo Gilberto e Queiroga já têm um acordo com Hugo Motta e com Nabor Wanderley para votar em Nabor. Agora estão criando essa lorota de que, se você pautar a anistia, vão votar em A ou B. Já está tudo feito. Estão querendo apenas criar um motivo para declarar esse voto aberto e não se queimar com o eleitorado de Bolsonaro e da direita”, disse Virgulino.
Nesta segunda-feira (03), em contato com a reportagem do PB Agora, no entanto, o deputado Cabo Gilberto deixou claro que não tratou sobre o apoio para a segunda vaga para o Senado com ninguém, tampouco tratou a anistia como ‘moeda de troca’.
“Eu não dei nenhuma declaração pública com relação a isso, as únicas declarações que eu dei até o momento é Queiroga senador e Efraim, governador, e sobre a segunda vaga do vice, temos até as convenções para decidir, quem tem prazo tem tempo”, pontuou Gilberto.
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