Nota de repúdio cobra da Funjope e de Cícero critérios éticos na contratação de artistas com verba pública
O vereador Mô Lima (PP), ao lado de músicos e representantes da cena cultural de João Pessoa, divulgou uma nota de repúdio contra a Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) e o prefeito Cícero Lucena, em razão da contratação do cantor Anderson Neiff para um evento promovido com recursos públicos na capital paraibana.
Segundo os signatários do documento, o artista tem músicas e apresentações que promovem apologia ao crime, racismo, homofobia, uso de drogas e intolerância religiosa, o que, para o grupo, contraria princípios fundamentais de cidadania, inclusão e respeito à diversidade.
A nota fundamenta seu posicionamento na Lei Municipal nº 04/2025, aprovada recentemente pela Câmara de João Pessoa, que estabelece critérios éticos e culturais para a contratação de artistas com verba pública. A legislação determina que atrações patrocinadas pelo poder público devem promover valores positivos e alinhados aos direitos humanos.
Os artistas e o vereador reivindicam a criação de critérios públicos e transparentes para seleção de atrações culturais e cobram que a Funjope priorize artistas locais que promovam responsabilidade social em suas produções. O documento pede ainda que o prefeito Cícero Lucena assegure a implementação efetiva da nova lei, garantindo que eventos públicos sejam espaços de respeito e pluralidade.
A nota, que também apela por mais responsabilidade na política cultural, reforça que a cobrança não é um ato de censura, mas uma exigência por ética na gestão dos recursos públicos e na valorização do patrimônio cultural da cidade.
Diante da repercussão negativa, a Funjope anunciou o cancelamento do show de Anderson Neiff, que estava previsto para acontecer durante a Festa das Neves. A decisão ocorre após polêmicas recentes envolvendo o artista, incluindo letras com teor controverso, coreografias consideradas inapropriadas e um episódio de desordem em um show na cidade de Cubati, no Seridó paraibano.
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